quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O Bem-te-vi mandou avisar

Bem forte, suave e austero
Vem o moço sagaz e singelo
Vê o dia nascer na palma da imensidão
E sente o perfume da relva doce-paixão

Ao longe, de traz da serra verde-capim
O moço ouve toda beleza dos arvoredos
Musica os sabores das frutas-enredos
Respira o ar das laranjeiras-jasmim
Colhe o mel das cachoeiras sem fim
E brinca feliz nos braços do jovem curumim

E quando a tarde se revela
Apresenta-se o fulgor de uma nova era
Há mais luz, cor e verbos no espaço
O verde sapê e o amarelo-ipê juntos no mesmo compasso
Gritando a vida fora das torres de aço

Tico-tico, Sabiá, Azulão, Papagaio, Quero-quero
Chega a noite, espero, berro, revelo e quero-quero já
De volta a vida nobre sobre o ar
O recado está dado, o Bem-te-vi mandou avisar

Ai do moço afoito que ouse lho desafiar!

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